sábado, 3 de fevereiro de 2018

O BLOCO PIRATAS É UM FENÔMENO

Algumas pessoas criticavam "os Piratas" pelo fato de não utilizarem batucadas tradicionais nem as velhas músicas de carnaval em seus desfiles. Usavam sons adaptados em caminhonetes. Até que vi o bloco ao vivo. Fiquei de queixo caído! O bloco arrasta multidões como nunca antes na história de Alvinópolis. Uma energia doida. Uma galera muito nova acompanhando e curtindo as atrações. Cada caminhonete toca um tipo diferente de música. Tem uma que toca só axé. Outra toca funk. Outra toca Samba. Outra toca pop.  E por aí vai. E vai a galera atrás, muitas turmas fazem seus blocos próprios, fazem abadás coloridos e se agrupam. É um bloco de blocos. Num certo aspecto lembra a estética mad max, com aquelas caminhonetes de som adaptados. No fundo deve rolar uma disputa: qual tem o maior grave? Qual manda som mais longe? Qual arrasta mais multidões? Em cima das caminhonetes, um DJ se equilibrando em cima da caminhonete, controlando o som com seu notebook ou outro suporte. Essa estrutura com certeza não fica barata. Muito arrojo dessa turma. Além do mais, eles são craques no marketing. Tem ainda os caminhões  pipa que vão refrescando a galera, dando uma curada no zinabre. Cheguei à conclusão de que o que era criticado foi  o diferencial e o pulo do gato dos Piratas. Eles não quiseram se apegar aos esquemas tradicionais. Fizeram do jeito deles. Botaram as músicas do tempo deles. E a geração respondeu. Eles são a cara do novo carnaval de Alvinópolis. Entendam que não estou dizendo que o carnaval tradicional das marchinhas e sambas morreu. Muito pelo contrário. No carnaval cabe tudo. Até acho que tá faltando marchinhas. Afinal de contas, duas das mais lindas que conheço, Adeus Marinha e Bambas do Gaspar, são trilhas eternas do nosso carnaval.Temos também a Unidos do Morro e a Bateria Colibri, que fazem samba da melhor qualidade e a Charanga da Rua de Cima, com seus batuqueiros e músicos de sopro. Mas os piratas chegaram e tomaram conta. A Marinha teve de se conformar e os bambas do gaspar tiveram de abrir alas. E viva os piratas !!!

3 comentários:

Anônimo disse...

👏👏👏

Eder Ayres Siqueira disse...

Carnaval deve ser tradicional. As músicas devem combinar com a época, com a tradição. Carnaval é uma festa cultural, e toda cultura popular deve ser sadia. Cultura sadia é para pessoas de qualquer idade. Até o tipo de ritmo deve ser observado, já que alguns ritmos são importados, e ainda, foram, infelizmente readaptados com letras obscenas, indignas de serem tocados em público, isto é, em festas populares onde t~em crianças, adolescentes e outras pessoas que merecem respeito.
Os ritmos de carnaval são: marchinhas, frevo, maracatu, axé, samba, samba de enredo, e fricote. São ritmos brasileiros que devem ser preservados e valorizados.

Marcos Martino disse...

O bom da democracia é isso. Liberdade de opiniões. Trata-se de uma boa discussão filosófica. Eu entendo o carnaval exatamente como a festa da liberdade. Se proibir determinados estilos, vc exclui a geração que aprecia, submete-a ao estilo que vc curte, dentro do limite do que se convenciona como tradição. Penso que pode ter programação para todas as faixas etárias. Pode sim ter carnaval de marchinhas, seja no palco principal, seja em outra praça pra dar uma descentralizada, pra que não seja tudo na baixada. Quanto às críticas ao funk, concordo que algumas músicas não devem ser executadas em eventos públicos, dado seu conteúdo extremo. Mas é bom lembrarmos que se formos agir criticamente mesmo, algumas letras do carnaval antigo não eram politicamente corretas. Há quem dia que músicas como "Turma do Funil" e "Se vc pensa que cachaça é água" fazem apologia ao alcool, que é aceito socialmente, mas degradante e reconhecidamente prejudicial à saúde.